Em Santa Maria, material escolar pesou no bolso

Embora ainda seja período de férias, pais e filhos passam pelo primeiro teste de volta às aulas: a compra do material escolar. Segundo a Associação Gaúcha para o desenvolvimento do Varejo, o preço aumentou em média 15% em relação a 2015. Entre os itens que compõem os gastos com educação, medido pelo Índice de Custo de Vida de Santa Maria do Laboratório de Práticas Econômicas do Centro Universitário Franciscano (Unifra), a variação média foi de 38%, com destaque para a alta do preço do caderno que subiu 108% no último ano. Segundo os especialistas, o aumento do material escolar foi provocado pela soma da inflação com a alta do dólar, já que parte da matéria-prima dos materiais, como o papel, é importada.

Na busca por descontos, há promoções para pagamentos à vista e vale a velha negociação direto com o vendedor. Quem comprar produtos da moda ou deixar para a última hora vai pagar ainda mais. Supermercados, bazares populares e as tradicionais livrarias disputam o gosto do consumidor. Um dos estabelecimentos mais tradicionais, a Livraria da Mente, com duas lojas no Centro, está sorteando dois notebooks e um smartphone para quem gastar a partir de R$ 100.
- Educação é o terceiro grupo que mais pesa no orçamento familiar. É uma preparação para a vida e os pais fazem um "investimento" a médio prazo. Obviamente, tem formas tradicionais de economizar, como comprar de forma coletiva, escolher coisas que não sejam da moda, reaproveitar material de um ano para o outro - avalia o professor da Unifra e coordenador do ICVSM, Mateus Frozza.

As listas das escolas são complexas. Quanto menor o nível de escolaridade do aluno, maior o custo, pois as crianças da educação infantil precisam de mais materiais lúdicos e de higiene pessoal. Na outra ponta, estão os alunos do Ensino Médio que encontram na lista o alto custo dos livros didáticos.

Nas lojas Paraíso Infantil, Anelise Machado levou a filha Isadora, 10 anos, para as compras do material. A mãe aproveitou para uma aula informal de educação financeira. Isadora aprendeu a selecionar e comparar valores, levando em conta as sugestões da mãe, como a possibilidade de reutilizar o material.
- Vou reaproveitar o meu estojo e a mochila e vou comprar mais cadernos - afirma a pequena consumidora consciente.

Bruna Martins, 16 anos, estuda em uma escola estadual e não terá gastos com material didático porque a rede pública disponibiliza aos alunos. Decidiu, então, renovar os cadernos para que tenham "uma capa bonita".  Já Emanuele, a irmã de 5 anos, que ainda não reconhece os números e valores, escolhe e procura a aprovação da mãe:
 ­- Este pode mãe?

A mãe, Fabiana Martins, confere o valor e, então, autoriza ou não a escolha.

Fevereiro, mês de volta às aulas

Foi-se o tempo em que fevereiro era o mês de férias: agora, o segundo mês do ano é sinônimo de começo das aulas. E isso vale para os alunos de todas as idades, da maior parte das instituições de ensino. Nas escolas municipais, o ano letivo começa no dia 18 de fevereiro. Na semana seguinte, dia 26, é a hora dos alunos da rede estadual voltarem para a sala de aula. As exceções são as aulas na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e nos cursinhos pré-vestibulares.

Embora a maior parte das instituições escolares comecem a receber os alunos para o ano letivo a partir do dia 18 de fevereiro, depois do feriado de Carnaval, há instituições que se antecipam ao feriado. Pelo menos quatro escolas de Santa Maria começam as aulas antes.

Há mais de uma década, na Assembleia Legislativa, entidades representativas de sindicatos de professores e de dirigentes, de estudantes, além da Secretaria Estadual de Educação, assinaram o Protocolo de Intenções. O documento válido para o ano letivo de 2015 foi assinado em outubro do ano passado. A "